sexta-feira, 7 de março de 2008

Êta vício(s) da porra!

Eu nunca tinha parado pra pensar, e também ninguém fez o favor de avisar, o quanto eu vivo, e me mantenho viva, através de vícios. Não sou drogada nem alcoólatra, mas vício por vício, eu tenho os meus de estimação.

Sou viciada em escrever. Esse é um dos mais graves. Às vezes nem sinto vontade de falar muito sobre um determinado assunto, mas escrevo laudas e mais laudas, entusiasmada. Deixo de assistir aulas da faculdade, deixo de me formar para desenhar no papel aquelas palavras carregadas de significação. Ouço alguma coisa legal que dá uma poesia e escrevo! Ontem mesmo, em conversa com um amigo, guardei: "Terminei com ela, Fefa, mas antes eu disse: quero seu sorriso, seu cabelo, seu cheiro, suas pernas, sua dignidade, seu suor, seu bom-dia. Quero tudo que é seu.".

Sou viciada em coca-cola zero. Quando tem, bebo. Quando não tem, compro. Quando não tem e não dá pra comprar, enlouqueço. Não me interpretem mal. Não sou viciada nas coisas lights e zeros da vida, até porque zero é nulo, mas sou infinitamente grata pelo gosto saboroso daquela bebida, que não é um simples refrigerante de baixa caloria.

Sou viciada em salaminho. Se alguém descobrir uma mistura melhor que cerveja e salaminho numa sexta-feira após um dia de trabalho árduo, não me chame pra experimentar mas para defender o italiano e insubstituível. Já diria Roberto Frejat em sua mais famosa música, Por você: “Por você eu dançaria tango no teto/ Eu limparia os trilhos do metrô/Eu iria a pé do Rio a Salvador/ Eu aceitaria a vida como ela é/ Viajaria a prazo pro inferno/ Eu tomaria banho gelado no inverno”. Ou vocês acham mesmo que ele escreveu essa música por amor a uma mulher? Me poupem. É tão óbvio que o salaminho gera tudo isso nas pessoas... Experiência própria!

Sou viciada em dormir (podem manifestar-se bastante agora. Cheguei ao ponto principal). Páro e durmo. Ônibus, metrô, barcas, em pé, sentada, fazendo yoga e esses são só alguns exemplos. Adoro a minha cama e tudo que tem nela, inclusive as molas que proporcionam um movimento involuntário. Adoro as camas dos meus amigos, desde que me deixem dormir e eu não precise fingir que vou ao banheiro, até porque já ficou ridículo.

Sou viciada em bolsas, roupas, maquiagem, que eu defino como coisas de mulherzinha. Prefiro ficar dura o mês inteiro e comprar a bolsa dos meus sonhos (tudo bem que toda bolsa que quero é A bolsa) a guardar dinheiro para sair todo final-de-semana. Acabo conseguindo as duas coisas, isso que é melhor ainda. Minha mamãe querida sempre faz um agradinho.

Sou viciada em vida . Tenho medo de morrer sem dizer aquilo tudo que eu queria dizer. Tenho medo de me arrepender. Não por ter feito algo, mas por não ter feito. Tenho medo de não trabalhar em todos os lugares com que sonho. Medo de não viajar a Europa e trilhar os passos de Da Vinci. Tenho medo de ficar viciada demais em todas as coisas descritas acima e simplesmente esquecer de me viciar um pouco mais em todas as outras.

Um comentário:

Ana Ullmann disse...

Adoro,amiga! Tirando o salaminho e o dormir, tenho os mesmos vícios. Salaminho simplesmente não me agrada, e dormir, bem... Eu tenho insônia...
Mas a vida... Ah, esse é o melhor vício de todos!