segunda-feira, 3 de março de 2008

Começou...

A história do nome desse Blog, cujo tempo de leitura está sendo gasto por vocês e conseqüentemente o dinheiro, é bem aleatória, assim como a decisão de criar um. A gente entra na página de alguém e lê coisas tão estimulantes e criativas como: “Sempre quis saber como era a Puta que o pariu. Deve parecer com o Rio. Pelo menos é a impressão que eu tenho.” e dá aquela vontade de escrever loucamente sobre as outras palavras de baixo calão que envolvam mães, 24 horas por dia, sem cessar. Tudo bem que já o faço como jornalista, quase nunca do jeito que me dá vontade, como é de praxe, e sim o que me é mandado. Não me interpretem mal, não é nenhum tipo de reivindicação em relação a profissão, mas fico imaginando as expressões nos rostos das pessoas no dia em que eu publicar um dos meus textos feministas na home de algum veículo de comunicação... Talvez a guilhotina seja meu destino final ou qualquer uma dessas torturas em praça pública.

Voltando ao milho, esqueci de me apresentar. Me chamo Fefa, porque é assim que as pessoas me abordam na rua, no telefone, na faculdade e muita gente já nem sabe qual o nome que carrego na identidade (não, não é Fefolina, Fefátima ou qualquer bizarrice do tipo). No estágio, o apelido também pegou e assim um, nenhum, ou outro me chamava de Fernanda, o que soava esquisito. Aquele velho papo de que quando a mãe resolve gritar todas as letras que compõem o seu nome, você já pode deitar em posição letal e rezar para que a vida dure por mais uma semana, pelo menos para não perder aquela festa onde todo mundo do seu meio social vai estar. Drama? Não, é só um desespero(zinho) de não estar a par de todos os acontecimentos do final-de-semana, que vão durar comentários de um mês, talvez até dois.

Aonde eu estava mesmo? Ah, no milho... Bom, tenho muitos amigos em Minas, isso não tem a ver com milho, mas faz parte da estória que estou tentando contar e que toda hora desvio o rumo. Enfim, um dia conheci o Thiaguinho, um inho que era quase inha. Um ão que era quase ona e por mais um segundo na barriga da mãe, nascia moça. Uma figura de chorar de rir. Estávamos na praça (aliás, por que toda cidade de interior tem uma praça?) e ele veio correndo na minha direção. Não estava entendendo nada, mas sorri, como quem diz: quem é esse louco? E ele/ela continuou se aproximando até que já bem perto, articulou: Você que é a famosa Pepa? Um turbilhão de pensamentos passou pela minha cabeça: Será que erraram meu nome? Será que perdi o meu sagrado, e não imitado, nome que Cazuza tinha protegido em um codinome beija-flor? Na hora só me veio à cabeça responder: não, é Fefa. Alívio momentâneo. Logo em seguida, ouvi palavras que ecoavam: Ah, é porque eu conheço um tal de Pepo, Pepa... E eu me pergunto: Como?

Comer, na primeira pessoa do singular, me lembra Pipoca. Agora, eu possuía três signos: o verdadeiro, o costumeiro e o inventado. A partir daí que surgiu a história da Pipoca, quando conheci o gênio Luiz Felipe, estudante de Cinema da UFF (ou Ofo, como quiserem). Nós saímos para beber certo dia, numa manhã de sol estilo Joseph Climber, e comecei a contá-lo a história do “Pepa”. Ele soltou belas risadas e completou: Pepa, você é Pipoca porque é um estouro. Pronto, falei! E sem mais delongas, eis que surgiu: Acabou o milho, mas não a Pipoca, contrapondo-se ao famoso: “Acabou o milho, acabou a pipoca”, pois essa que vos fala não morreu na guilhotina ou queimada, por ainda não ter publicado nenhum de seus textos feministas, ainda...

Um comentário:

Ana Ullmann disse...

Adoro!!! Tem "quote" meu! Ahazou, amiga. Amei. E a partir de agora vou viver aqui!
Ma s para o bem da verdade, pensei que o nome fosse por causa do professor de biologia do segundo ano. Como era o nome dele, mesmo? Carlos Alberto? Ou isso foi viagem da minha cabeça?